Uma febre de 40ºC que não cedia aos anti-piréticos obrigou-me a ir com a M. às urgências pediátricas. Chamaram-nos logo para a triagem e deram-lhe Brufen, pois a miúda ardia. Não tardou que o médico de serviço a chamasse. Senhores, eu estava aflita!
A criatura, com o ar mais sorumbático deste mundo, pediu que despisse a miúda e que a colocasse na marquesa para observação. Assim fiz! A M. (que tem 2 anos) chorava que nem uma perdida e gritava que queria ir embora! O senhor não se dignou a dirigir-lhe uma única palavra. Sei lá, qualquer coisa que a confortasse, que lhe desse alguma confiança e lhe tirasse o medo. Nada!... Observava-a como se ela não fosse humana. Apenas eu a confortava dizendo que estava ali e que não ia custar nada...
Depois da observação, o sr. doutor dignou-se a informar-me:
- Tem uma otite no lado esquerdo.
Depois, rascunhou uma receita e estendeu-ma. Explicações: Zero! Modo de administração dos medicamentos: eu que lesse ou procurasse alguém que me explicasse, ora essa! E pronto, adeus e até um dia!
Foi na farmácia que descobri que, para além da otite, a menina também estava com anginas. E que um dos medicamentos tinha como indicação ser utilizado apenas em caso de SOS. O que é que isso significa? Pois,não sei! Será se a M. se queixar de dores de garganta? Se tiver febre muito alta novamente? Não faço ideia!
Felizmente, as situações que me têm levado a recorrer a estes serviços são bastante esporádicas e motivadas por doenças normais das crianças, não sendo propriamente graves. Lembrei-me, no entanto, de todas as crianças e pais que não têm a mesma felicidade e têm o azar de encontrar pela frente pessoal médico pouco sensível e imune ao sofrimento alheio. Como deve ser ainda mais difícil para eles enfrentarem a situação de doença!
Por isso, GENTE QUE CUIDA DOS OUTROS QUANDO ESTÃO DOENTES, esbocem um sorriso, profiram uma palavra amiga. Não custa... e torna tudo tão diferente!
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